Crédito à habitação cresce pelo 14.º mês consecutivo O crédito à habitação subiu 4,8% em fevereiro, para 103,5 mil milhões de euros, com imóveis a valorizar e prestações a descer. 14 abr 2025 min de leitura O crédito à habitação em Portugal continua a registar um crescimento sustentado, mantendo a trajetória ascendente pelo 14.º mês consecutivo. Segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP), o montante total de empréstimos para a compra de casa aumentou 698 milhões de euros face a janeiro, atingindo os 103,5 mil milhões de euros no final de fevereiro. Este valor representa um crescimento homólogo de 4,8%, refletindo a contínua procura por financiamento imobiliário. O número de mutuários de crédito à habitação também registou um ligeiro aumento, totalizando 1,96 milhões de devedores no final de fevereiro, mais 1800 do que no mês anterior. Este crescimento, aliado ao aumento do saldo total dos empréstimos, indica que os mutuários estão a assumir um nível de endividamento maior, impulsionado pela valorização dos imóveis e pela necessidade de financiamento para aquisição de casa própria. A tendência de subida dos preços da habitação também se manteve, com o valor mediano da avaliação bancária a atingir 1.810 euros por metro quadrado em fevereiro de 2025. Este aumento de 16,03% face ao mesmo mês do ano anterior representa o maior crescimento homólogo desde julho de 2022, consolidando um ciclo de oito meses consecutivos de valorização do mercado imobiliário português. Apesar da escalada dos preços das habitações, a descida das taxas de juro tem proporcionado algum alívio para os titulares de crédito à habitação. Com as expectativas de novos cortes nas taxas de juro por parte do Banco Central Europeu, a Euribor – indexante principal do crédito à habitação – poderá continuar a descer, permitindo a redução das prestações mensais dos contratos de financiamento imobiliário. Abril traz mais uma descida na prestação da casa, com reduções entre 30 euros e 115 euros nos contratos revistos esse mês. Para os empréstimos indexados à Euribor a seis e 12 meses, a prestação atinge agora o valor mais baixo dos últimos dois anos e meio. As previsões apontam para que a prestação da casa continue a descer nos próximos meses, ainda que de forma mais moderada, devido à desaceleração da queda das Euribor. Em março, a Euribor a 12 meses estagnou, refletindo sinais de estabilização no mercado de taxas de juro. O Banco Central Europeu tem vindo a reduzir gradualmente as taxas de juro desde o verão passado, mas há incerteza quanto à continuação desse ciclo. A próxima reunião do BCE, agendada para 16 e 17 de abril, poderá ser decisiva para definir o rumo das taxas e do crédito à habitação. As estimativas para a redução das prestações são as seguintes, considerando um crédito de 150 mil euros a 30 anos com spread de 1%: • Euribor a 3 meses: descida de 31,35 euros (-4,47%), com prestação de 669,72 euros. • Euribor a 6 meses: descida de 74,22 euros (-10,1%), com prestação de 664,39 euros. • Euribor a 12 meses: descida de 113,78 euros (-14,6%), com prestação de 665,8 euros. Para além do crédito à habitação, os empréstimos ao consumo e para outros fins também registaram um crescimento. O montante total destes financiamentos aumentou 132 milhões de euros face a janeiro, alcançando os 30,5 mil milhões de euros. A taxa de variação anual do crédito ao consumo fixou-se nos 7,0%, ligeiramente abaixo dos 7,3% registados em janeiro, enquanto os empréstimos para outros fins cresceram 6,4%, registando a maior taxa de variação desde julho de 2008. No conjunto dos empréstimos concedidos a particulares, o crescimento anual foi de 5,2% em fevereiro. O dinamismo do crédito à habitação e o aumento da avaliação bancária dos imóveis confirmam que o setor imobiliário se mantém como um dos motores da economia nacional, impulsionado por uma procura sustentada e um ambiente de taxas de juro favorável aos consumidores. Com a expectativa de novas alterações nas políticas monetárias, os próximos meses poderão trazer ajustes nos valores dos financiamentos e nos encargos das famílias com crédito à habitação. No entanto, a tendência de valorização dos imóveis e a procura contínua por financiamento apontam para a manutenção do crescimento do mercado imobiliário em Portugal. FONTE: SUPERCASA Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado