Subida dos preços da energia aumentou inflação

O aumento dos custos energéticos tem sido um fator-chave para o crescimento da inflação em Portugal.
15 jan 2025 min de leitura
O mês de novembro de 2024 trouxe consigo uma aceleração da inflação em Portugal, que atingiu 2,5% em termos homólogos. Este aumento de preços, em comparação com os 2,3% registados no mês anterior, tem sido principalmente impulsionado pelo aumento dos preços da energia.

A estimativa preliminar divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostra que os custos energéticos estão a pesar cada vez mais no orçamento das famílias portuguesas, refletindo-se diretamente na evolução dos preços no país.

O setor da energia tem sido um dos maiores responsáveis pela pressão da inflação em 2024. O índice de preços relativos aos produtos energéticos subiu para 2,1% em novembro, um aumento considerável em relação ao mês anterior, quando a variação foi de apenas 0,2%.

Esse aumento acentuado no preço da energia tem afetado não só o custo das contas de eletricidade e gás, mas também o preço dos combustíveis, o que contribui para o aumento generalizado dos custos de transporte e produção. As famílias e empresas portuguesas têm sentido este impacto diretamente no seu dia a dia, com o custo de vida a tornar-se mais elevado.

Além dos produtos energéticos, os preços dos alimentos também desempenham um papel significativo no aumento da inflação, embora o seu impacto tenha sido ligeiramente menor em novembro. O preço dos produtos alimentares não transformados registou um crescimento de 1,9%, o que representa uma desaceleração em relação aos 2,1% do mês de outubro.

Embora a desaceleração seja uma boa notícia para os consumidores, os preços dos alimentos continuam a ser uma preocupação importante para muitas famílias, já que o custo de produtos essenciais, como frutas, legumes e carnes, ainda está acima dos níveis desejados.

Nos produtos alimentares transformados, que incluem itens como pão, leite e produtos enlatados, a taxa de inflação também apresentou uma desaceleração. A taxa homóloga recuou para 3,4% em novembro, após ter sido de 4% em outubro.

No entanto, embora este recuo seja um sinal positivo, os preços dos alimentos transformados continuam a aumentar a um ritmo elevado, o que significa que o impacto da inflação na cesta de compras das famílias ainda é significativo.

Apesar do aumento da inflação em novembro, o indicador de preços registou uma ligeira queda de 0,2% em termos mensais, comparado com outubro. Este recuo sugere que, embora a inflação anual tenha subido, a tendência no curto prazo é de uma estabilização.

Este tipo de variação mensal pode ser interpretado como uma recuperação após a aceleração dos preços observada nos meses anteriores. A inflação tem mostrado uma tendência de flutuação, com períodos de aceleração seguidos por ligeiros abrandamentos, o que reflete a complexidade do cenário económico atual.

Em termos de variação média dos últimos 12 meses, a taxa de inflação passou de 2,2% em outubro para 2,3% em novembro. A inflação tem vindo a crescer de forma contínua ao longo do ano. Este crescimento na variação média sugere que o nível de preços no país está a aumentar de forma sustentada, o que pode ter implicações para o poder de compra dos cidadãos e para a política monetária do Banco Central Europeu (BCE).

Este aumento na taxa de inflação coloca uma pressão adicional sobre o Banco Central Europeu, que já tem vindo a adotar políticas monetárias restritivas, incluindo aumentos nas taxas de juros, na tentativa de controlar a inflação em toda a zona euro.

A evolução da inflação em Portugal, junto com a situação dos preços da energia, poderá influenciar as decisões do BCE nas suas próximas reuniões, o que, por sua vez, pode afetar as condições de crédito e o crescimento económico no país.

A inflação em Portugal é um reflexo de uma série de fatores, incluindo os preços globais da energia, que têm subido em resposta à recuperação económica mundial pós-pandemia e aos conflitos geopolíticos que afetam a oferta de recursos energéticos. Para além disso, o impacto das políticas ambientais e a transição para fontes de energia mais sustentáveis também podem estar a contribuir para o aumento dos preços energéticos.

O governo português, por sua vez, tem adotado várias medidas para mitigar o impacto da inflação sobre as famílias, nomeadamente através de subsídios e ajustamentos nas pensões e nos salários. No entanto, a pressão sobre os preços continua a ser um desafio, especialmente para os grupos de rendimento mais baixo, que gastam uma parte significativa do seu orçamento com energia e alimentos.

Apesar deste cenário de inflação em crescimento, os dados definitivos sobre a evolução dos preços em novembro, que serão divulgados em dezembro, poderão fornecer uma visão mais clara sobre as tendências de longo prazo.

Se a inflação continuar a subir, isso poderá influenciar a política económica e as decisões de consumo, pois as famílias podem reduzir os seus gastos e as empresas podem enfrentar custos mais elevados. No entanto, a estabilização ou desaceleração da inflação também seria um alívio para os consumidores e poderia permitir um crescimento económico mais robusto nos próximos meses.

Novembro trouxe uma aceleração da inflação em Portugal, principalmente devido ao aumento dos preços da energia, embora os alimentos também tenham desempenhado um papel importante. Embora a inflação tenha mostrado um recuo mensal, a tendência geral aponta para um aumento nos preços, o que continua a ser uma preocupação para as famílias e para a economia nacional.

O impacto das políticas monetárias europeias e as futuras medidas governamentais serão fundamentais para lidar com este desafio nos próximos meses.

FONTE: SAPOCASA
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