Previsões económicas apontam para crescimento moderado OCDE espera um crescimento global deste ano, mas alerta para incertezas e riscos associados a tensões comerciais e geopolíticas. 23 jan 2025 min de leitura Relativamente a 2024, a economia global deve experienciar um crescimento moderado, impulsionado por uma inflação em queda, um mercado de trabalho estável e uma política monetária menos restritiva em várias economias. Contudo, apesar de uma expectativa de expansão, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) alerta para o facto de que este cenário global não é homogéneo. O crescimento deverá ser desigual entre as regiões e países, com grandes diferenças nas taxas de desenvolvimento, e um conjunto de riscos e incertezas que podem afetar as previsões para os próximos anos. Em termos gerais, a OCDE prevê que a economia mundial cresça 1,7% em 2024. Para os anos seguintes, as projeções apontam um crescimento de 1,9% tanto em 2025 como em 2026. Estes números indicam uma desaceleração em relação aos índices mais elevados registados em anos anteriores, o que demonstra um abrandamento global da atividade económica. Porém, a organização destaca que este crescimento, apesar de moderado, é considerado positivo, dado o cenário económico global complexo em que se insere. Um dos principais fatores que sustentam estas previsões mais otimistas é a baixa da inflação. A política monetária, que tem sido mais restritiva nos últimos anos em várias economias desenvolvidas, começa a relaxar, com taxas de juros a descer gradualmente. A redução da pressão inflacionista deverá contribuir para um maior poder de compra dos consumidores e, consequentemente, para o fortalecimento da procura interna. Este dinamismo nas economias poderá ser crucial para que o crescimento se mantenha estável. Além disso, o mercado de trabalho continua a mostrar sinais de robustez. O desemprego permanece em níveis baixos em muitas regiões do mundo, o que pode ser encarado como um reflexo da recuperação económica que se tem vindo a verificar. A estabilidade no emprego ajuda a manter o consumo e a confiança dos consumidores, fatores que são fundamentais para sustentar o crescimento económico, especialmente em momentos de maior incerteza. No entanto, a OCDE sublinha que este crescimento projetado não está livre de riscos. Um dos maiores desafios que se coloca a várias economias está relacionado com o aumento das tensões comerciais e a crescente tendência protecionista, que poderá afetar negativamente o comércio internacional. Estes fatores podem ter efeitos prejudiciais tanto para os países envolvidos como para a economia global como um todo, uma vez que afetam o fluxo de bens, serviços e investimentos. Além disso, a OCDE alerta para a possibilidade de uma escalada de conflitos geopolíticos, que, se ocorrer, pode ter consequências devastadoras para a estabilidade económica. A guerra na Ucrânia, por exemplo, continua a gerar uma enorme incerteza sobre os mercados globais, afetando os preços da energia e outros recursos essenciais. O agravamento de tensões em várias partes do mundo, incluindo o Médio Oriente, pode levar a perturbações adicionais nos mercados financeiros e na confiança dos investidores, com impactos negativos nas perspetivas de crescimento. Outro risco identificado pela organização refere-se às políticas orçamentais de alguns países, que podem ser um desafio para a sustentabilidade do crescimento a longo prazo. Muitos governos, especialmente nas economias avançadas, estão a enfrentar dificuldades em equilibrar as suas contas públicas. O aumento da dívida pública, especialmente após os pacotes de apoio económico durante a pandemia de Covid-19, poderá colocar pressão adicional sobre as finanças estatais. Caso os governos adotem políticas fiscais mais restritivas para controlar a dívida, isto poderá afetar a procura interna e o crescimento económico. O panorama para 2024 e os anos seguintes não é, portanto, isento de desafios. A recuperação económica global está a acontecer, mas de forma desigual, com algumas regiões mais vulneráveis a fatores externos, como a volatilidade nos mercados financeiros e o impacto das mudanças climáticas. A dependência de matérias-primas e o aumento dos custos energéticos também continuam a ser questões que afetam especialmente países em desenvolvimento e algumas economias emergentes. Em relação à União Europeia, a OCDE prevê que a região experiencie uma recuperação moderada, com a economia a crescer 1,6% em 2024. O mercado de trabalho permanece forte, mas os desafios associados às políticas fiscais restritivas e à necessidade de adaptar as economias a um futuro mais verde poderão limitar o potencial de crescimento a médio prazo. As tensões geopolíticas e os custos associados à transição energética, bem como a escassez de alguns recursos estratégicos, deverão pesar na evolução económica da zona euro. De forma mais positiva, a OCDE acredita que as economias que investiram em inovação e digitalização têm maiores probabilidades de superar os desafios, especialmente aquelas que conseguiram avançar com estratégias que apostam no desenvolvimento tecnológico e na sustentabilidade. As nações que souberem adaptar-se a esta nova realidade poderão, portanto, sair mais fortalecidas da crise global. A nível mundial, espera-se que os países com economias emergentes, como a Índia e outras nações da Ásia, registem taxas de crescimento mais elevadas, o que pode ajudar a impulsionar o crescimento global, equilibrando assim as disparidades regionais. Embora o ambiente global ainda seja incerto, a recuperação gradual da pandemia e as políticas de incentivo à inovação são fatores que podem criar condições para um crescimento económico mais sustentável no futuro. As previsões económicas para 2024 apontam para um crescimento global moderado, impulsionado pela redução da inflação, pela estabilidade do emprego e por políticas monetárias mais amenas. No entanto, persiste uma série de riscos e incertezas que podem afetar essas projeções, nomeadamente as tensões comerciais, os conflitos geopolíticos e os desafios orçamentais de diversos países. A capacidade dos governos e das economias em enfrentar esses desafios será crucial para garantir a estabilidade económica e o crescimento sustentável nos próximos anos. FONTE : SUPERCASA Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado