Portugal pode atingir o 13.º lugar da UE em nível de vida

Portugal teria de crescer entre 3,1% a 3,8% para ficar entre os países mais ricos da União Europeia.
26 mar 2024 min de leitura
De acordo com um estudo da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, a economia portuguesa teria de crescer acima dos 3% para colocar o nosso país entre os países mais ricos da União Europeia (UE), o que exige incentivos e reformas estruturais que potenciem o PIB (Produto Interno Bruto). 

A análise, realizada pelo Gabinete de Estudos Económicos, Empresariais e de Políticas Públicas (G3E2P) conclui que o nível de crescimento teria de estar concentrado entre os 3,1% e os 3,8%, defendendo que seja adotada uma média simples de crescimento dos países da UE ou, se superior, a mediana, como "novo referencial estratégico base a superar, constituindo uma reforma estrutural primordial". 

Caso as políticas se mantenham, Portugal pode afundar-se na tabela dos países da UE, caindo até à 25.º posição, e passando a considerar-se um dos países mais pobres. 

"Para alcançar mais rapidamente um possível nível de vida e uma população mais elevados é preciso ambição e políticas consonantes em matéria de crescimento económico, o que implica, desde logo, escolher um referencial com uma dinâmica de crescimento ambiciosa e adequada para nos compararmos", defendem os autores do estudo, Nuno Torres e Óscar Afonso. 

Ao adotar o referencial estratégico, Portugal conseguiria alcançar, a longo prazo, não só a média simples do bloco, como integrar a metade dos países com o maior nível de vida até 2033, ficando na 13,ª posição. Atualmente, ocupa o 20.º lugar. 

Assim, para atingir a meta, o crescimento económico atual teria de ser entre 1,4% a 1,5% acima da média simples dos países da UE, durante a próxima década, utilizando as projeções para a evolução do PIB potencial do Ageing Report 2024 da Comissão Europeia (CE), pelo que, assim, a economia terá de avançar 3,1% ao ano. 

A manterem-se as tendências de crescimento do passado, dos anos compreendidos entre 2009 e 2022, e considerando um cenário alternativo, o crescimento económico teria de ser entre 1,5% e 1,7% acima da média de países da UE, o que significa "entre 3,6% no cenário com inclusão de erros de estimação da dinâmica populacional em 1999-2022 e 3,8%, sem esses erros". 

Portanto, para chegar aos ritmos de evolução do PIB estimados, Portugal seria obrigado a triplicar, quadruplicar, ou até mais, o nível de crescimento médio verificado entre 2009 e 2022, que só se ficou pelos 0,9%. Por outro lado, se o país tivesse verificado um crescimento durante esse período, à média simples dos países da UE, que foi de 2,4% ao ano, teria em 2022 um nível de vida de 99,4% da UE, ficando na 12.º posição. 

Os autores do estudo sunlinham: "o caminho das reformas estruturais potenciadoras do crescimento económico é tanto mais importante e urgente quanto a partir de 2026 se perspetiva uma forte redução do elevado fluxo de fundos europeus de que Portugal tem beneficiado", depois do fim do PRR e de terminado o PT2030. 

"Espera-se que haja por parte dos cidadãos eleitores um maior escrutínio, exigência e responsabilização dos governos em matéria de reformas promotoras do crescimento económico, (...) a começar na avaliação das propostas dos partidos políticos a sufragar nas eleições legislativas de 10 de março", apelam os autores do Estudo da Faculdade de Economia do Porto. 

FONTE: SUPERCASA
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