Mercado imobiliário pode atingir novo máximo

Portugal poderá terminar 2025 com perto de 170 mil transações residenciais, um valor que representa um crescimento significativo face ao ano anterior. As estimativas apontam para um aumento de cerca de 9% relativamente às vendas registadas em 2024, revelando uma procura ainda robusta no setor.

Crescimento desacelera devido aos preços

Apesar do aumento esperado nas vendas, o mercado imobiliário começa a demonstrar sinais claros de desaceleração. O ritmo já não acompanha o dinamismo observado nos últimos trimestres, sobretudo devido ao desalinhamento entre os preços pedidos pelos vendedores e a capacidade financeira das famílias.

Com a habitação a atingir valores historicamente elevados, muitas transações deixam de ser viáveis. O índice de preços da habitação tem registado subidas expressivas, particularmente no mercado de imóveis usados, contribuindo para um ambiente menos acessível para grande parte dos compradores.

Jovens e famílias impulsionam a procura

Grande parte das operações realizadas provém de famílias que já possuem casa e procuram mudar de imóvel, seja por necessidade de mais espaço ou por razões de localização. 
Paralelamente, os jovens até aos 35 anos continuam a marcar presença, apoiados por medidas de incentivo, como garantias públicas associadas ao crédito à habitação e benefícios fiscais na compra da primeira casa.
Ainda assim, mesmo com apoio, muitos potenciais compradores enfrentam uma realidade difícil: rendimentos que não acompanham a subida dos preços. Esta combinação tem afastado vários agregados do mercado, reduzindo o número de negócios concretizados.

Perspetivas para os próximos anos

Apesar da forte procura, a acessibilidade continua a ser o maior desafio do setor. A pressão sobre os preços limita a capacidade de compra, sobretudo entre os mais jovens. A previsão mais consensual aponta para uma possível estabilização dos valores a partir do segundo trimestre de 2026, embora tal dependa da evolução económica e da capacidade de resposta da oferta.

Se o cenário projetado se confirmar, 2025 poderá ser recorde em vendas, mas também poderá marcar um ponto de viragem no ritmo de crescimento do mercado imobiliário português, que mostra agora sinais de abrandamento após vários anos de forte expansão.

FONTE: SUPERCASA