OCDE ajusta previsões económicas para Portugal

Projeção de crescimento económico para o próximo ano é revista em alta, impulsionada por investimentos e recuperação das exportações.
11 jan 2025 min de leitura
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) fez ajustes nas suas previsões económicas para Portugal, refletindo uma visão mais otimista sobre o crescimento do país. A revisão mais recente projeta um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português para o próximo ano, impulsionado por fatores como o aumento do investimento público e privado e a recuperação das exportações. Estes fatores, juntamente com a estabilidade das políticas internas e externas, são vistos como determinantes chave para manter a trajetória positiva da economia.

A OCDE destaca que as exportações portuguesas têm desempenhado um papel central na recuperação económica do país, particularmente com a melhoria da situação económica nos países vizinhos da União Europeia. Além disso, os fundos europeus, especialmente os provenientes do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), devem continuar a ser uma importante fonte de financiamento para projetos públicos e privados, ajudando a fortalecer a atividade económica e o mercado de trabalho.

O relatório da OCDE também sublinha a importância do investimento em infraestruturas e da modernização do sistema económico para garantir uma economia mais competitiva e sustentável a longo prazo.

O aumento de desembolsos de empréstimos e o apoio financeiro de programas europeus deverão ajudar a estabilizar e até expandir a capacidade produtiva nacional. A recuperação de sectores chave da economia, como o turismo e a indústria, também contribui para as expectativas de crescimento.

Relativamente ao excedente orçamental, a previsão para o próximo ano é igualmente positiva. O relatório da organização internacional aponta para uma melhoria nas finanças públicas, que podem alcançar um excedente orçamental considerável, acima das estimativas anteriores. Este resultado está em linha com as metas estabelecidas pelo Governo português e reflete o sucesso da política orçamental aplicada nos últimos anos, que tem promovido um equilíbrio fiscal.

Outro aspeto relevante da análise da OCDE é o comportamento da inflação, que deverá continuar a desacelerar ao longo dos próximos anos. A pressão sobre os preços, especialmente nos sectores da energia e dos alimentos, deverá começar a abrandar, o que contribuirá para a estabilização do custo de vida e permitirá uma recuperação mais sustentada da economia.

No entanto, a OCDE também alertou para alguns riscos que podem ameaçar as projeções otimistas, nomeadamente o impacto de uma possível diminuição da taxa de poupança das famílias, o que poderia impulsionar o consumo mas, ao mesmo tempo, pressionar a inflação. Além disso, a implementação do PRR poderá sofrer atrasos, o que teria implicações na expansão económica e na gestão orçamental.

Em relação ao rendimento disponível das famílias, a OCDE considera que Portugal se destaca em comparação com outros países da organização, com o rendimento real por pessoa a superar as expectativas e já a ultrapassar os níveis registados antes da pandemia.

No entanto, a OCDE adverte que, para que o crescimento económico seja sustentável a longo prazo, será necessário promover estratégias de crescimento da produtividade, melhorar a qualificação da força de trabalho e aumentar a eficiência da despesa pública. As reformas no sistema de educação e a promoção de novas competências serão fundamentais para enfrentar os desafios do envelhecimento da população e as necessidades de investimento em diversas áreas.

Uma das recomendações da organização passa também por uma maior utilização de políticas fiscais mais eficientes, com um enfoque na tributação ambiental e patrimonial, que ajudaria a apoiar a transição para uma economia mais verde. A introdução de novas normas fiscais e a reforma das políticas de emprego são vistas como essenciais para garantir que o país continue a beneficiar de um crescimento económico equilibrado.

A OCDE sugere ainda que o governo português reduza as barreiras à entrada em sectores estratégicos da economia, como o retalho e outros serviços, o que contribuiria para o aumento da competitividade. Paralelamente, as políticas de requalificação profissional e de apoio às pequenas empresas são apontadas como cruciais para reduzir as lacunas de competências no mercado de trabalho.

Em suma, a OCDE mantém uma perspetiva positiva para a economia portuguesa, mas destaca que será necessário continuar a apostar em reformas estruturais que assegurem um crescimento económico robusto e sustentável para as gerações futuras. O aumento da produtividade, o investimento em infraestruturas e a modernização do sistema de saúde e educação são áreas que requerem atenção urgente, de forma a garantir que o país consiga enfrentar os desafios demográficos e económicos que se avizinham.

FONTE: CASASAPO
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