Juros da casa descem e facilitam acesso à habitação Com os juros da casa em queda e incentivos aos jovens, o mercado imobiliário ganha novo fôlego e torna-se mais acessível às famílias portuguesas. 04 jul 2025 min de leitura Os juros da casa continuam a registar uma trajetória descendente em Portugal, aliviando a carga financeira dos proprietários e abrindo novas oportunidades no mercado imobiliário. Segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), março marcou o 14.º mês consecutivo de descida da taxa de juro implícita no crédito à habitação, que se fixou nos 3,735%. Este é o valor mais baixo desde julho de 2023. A redução dos juros está associada à queda das taxas Euribor e a uma política monetária mais branda do Banco Central Europeu (BCE), que reduziu sete vezes as taxas diretoras da Zona Euro desde o verão passado. No total, estas descidas somam 1,75 pontos percentuais, criando um ambiente de crédito mais acessível. Em pouco mais de um ano, os juros da casa caíram mais de 90 pontos base, após o pico de 4,657% registado em 2023. Impacto nas Prestações Mensais Para as famílias, este contexto resulta numa descida real das prestações mensais. Em março, o valor médio da prestação mensal caiu para 398 euros, menos dois euros face a fevereiro e menos cinco euros em relação a março de 2024. Deste montante, 217 euros referem-se a juros e 181 euros a capital amortizado. Apesar de o capital médio em dívida ter ultrapassado pela primeira vez os 70 mil euros (70.065 euros), o alívio nos juros da casa compensa o impacto no orçamento familiar. Este equilíbrio entre dívida e prestação está a proporcionar maior estabilidade financeira aos agregados familiares, sobretudo aos que enfrentaram subidas significativas no passado recente. Consequências no Preço das Casas A redução dos custos de financiamento está a alterar a dinâmica do mercado imobiliário. Com os juros da casa mais baixos, os compradores têm agora prestações mais acessíveis, o que favorece a entrada de novos adquirentes e estimula a procura. Esta procura moderada, por sua vez, tem contribuído para um ligeiro abrandamento nos preços das casas. O novo cenário permite um maior equilíbrio entre oferta e procura, incentivando a requalificação de imóveis e o investimento em habitação por parte de promotores e investidores. Além disso, esta tendência tem contribuído para estabilizar os preços, evitando aumentos acentuados e promovendo uma maior acessibilidade à habitação. Medidas de Apoio aos Jovens Compradores Paralelamente à descida dos juros da casa, o Governo tem apostado em medidas de incentivo ao acesso à habitação, em particular para os jovens. A isenção de impostos, como o IMT e o Imposto do Selo, aplicável a compradores até aos 35 anos, tem permitido a muitos jovens entrar no mercado imobiliário com menos encargos iniciais. Mais de 18 mil imóveis foram adquiridos por jovens ao abrigo deste regime, com um valor médio de 189 mil euros por transação. Este apoio tem sido essencial para reduzir as barreiras financeiras à compra da primeira casa, criando um ambiente mais inclusivo e acessível. Perspetivas para o Mercado Imobiliário A conjugação entre os juros da casa em queda e os incentivos públicos aponta para uma recuperação gradual e sustentada do mercado imobiliário. A melhoria das condições de financiamento aumenta a confiança dos consumidores e dos investidores, promovendo a estabilidade e a previsibilidade necessárias a um setor com forte impacto na economia nacional. Se estas condições se mantiverem, 2025 poderá consolidar-se como um ano de retoma positiva no acesso à habitação, favorecendo a mobilidade residencial, a renovação urbana e a inclusão social. O futuro da habitação em Portugal será cada vez mais marcado pela acessibilidade, pelo equilíbrio entre rendas e prestações, e pela promoção de um crescimento imobiliário sustentável. FONTE: SUPERCASA Partilhar artigo FacebookXPinterestWhatsAppCopiar link Link copiado