Investimento em imobiliário comercial sobe para 2,6 mil milhões
O investimento em imobiliário comercial em Portugal deverá chegar aos 2,6 mil milhões de euros no final de 2025, segundo previsões da consultora CBRE. Este valor representa um crescimento de cerca de 13% face a 2024 e inclui imóveis como escritórios, centros comerciais, data centers, lojas e armazéns.

Apesar de o ritmo ser inferior ao salto de 44% registado em 2024, a consultora afasta a ideia de estagnação. O interesse dos grandes investidores mudou após a pandemia, com mais procura por outros tipos de ativos, como habitação, lares, residências de estudantes e data centers. Ainda assim, as empresas continuam a precisar de espaços físicos para trabalhar, o que mantém o imobiliário comercial relevante e em crescimento.
Regresso ao trabalho presencial impulsiona os escritórios
As tendências atuais mostram que os escritórios continuam a ser fundamentais para as empresas, sobretudo num contexto em que muitos líderes defendem o aumento da presença física. Quase metade dos responsáveis europeus quer reforçar o trabalho presencial, devido à diferença entre o que é pedido e o que os colaboradores realmente cumprem.

As empresas procuram equilibrar custos e eficiência, apostando na flexibilização dos espaços. A partilha de mesas cresce, os espaços cowork tornam-se mais comuns e mais de metade das empresas planeia reduzir a área ocupada devido ao trabalho híbrido. Este modelo está também a atrair multinacionais, que escolhem espaços flexíveis para entrar rapidamente no mercado português, com custos mais baixos e contratos mais curtos.

Nos últimos anos, as rendas prime subiram mais de 50% em Lisboa e no Porto, refletindo a forte procura e taxas de desocupação muito abaixo da média europeia. Estas cidades continuam a ser polos principais para empresas nacionais e internacionais.
Portugal destaca-se na Europa pela maior ocupação de escritórios
Portugal está entre os três países da Europa onde a ocupação dos escritórios aumentou face ao período pré-pandemia. Entre 2022 e 2024, a ocupação cresceu 6% em comparação com os anos anteriores à Covid-19. O movimento é impulsionado pela chegada de startups, centros tecnológicos e multinacionais que continuam a recrutar.

A Noruega lidera o crescimento, com 19%, seguida por Portugal e Eslováquia. No extremo oposto, a Irlanda regista uma queda acentuada de 43% devido à redução de espaços por parte de grandes tecnológicas.

Este desempenho reforça a atratividade do imobiliário comercial português, que combina procura sólida, crescimento económico, talento qualificado e rendas ainda competitivas face a outras capitais europeias. O resultado é um mercado mais dinâmico, com investimento crescente e maior estabilidade para empresas e investidores.

FONTE: SUPERCASA