Incumprimento no crédito habitação caiu para 0,2% em 2023

O crédito malparado atingiu o valor mais baixo desde o início da série, há 25 anos, explicado pela estabilidade no emprego e pelos apoios concedidos às famílias.
03 abr 2024 min de leitura
Apesar de continuar a ser notório o peso das taxas Euribor e das dificuldades das famílias em pagar as prestações da casa e respetivos créditos habitaçãonão se estão a verificar aumentos nos incumprimentos dos pagamentos dos empréstimos da casa. Antes pelo contrário, segundo os dados mais recentes do Banco de Portugal (BdP).

De acordo com o banco, o crédito malparado no crédito habitação desceu para os 0,2% no último mês de 2023, representando o valor mais baixo desde o início da série, há 25 anos, explicado pela estabilidade no mercado de trabalho bem como pelas recomendações do regulador e apoios concedidos às famílias. 

Este recuo é verificado depois do rácio se ter mantido nos 0,3% desde setembro de 2022, até então o valor mais baixo alguma vez registado desde 1998, quando atingiu o pico de 2,7%. Desde essa altura, o malparado no crédito da casa caiu ao longo dos anos, embora não de uma forma linear, fixando-se nos 0,8% em 2019, altura em que teve início a pandemia. 

Baixo desemprego e subidas salariais podem explicar decréscimo do malparado

De acordo com o BdP, são vários os fatores que poderão explicar o decréscimo do valor mínimo no crédito malparado, coexistente com os juros altos e um poder de compra pressionado pela taxa da inflação e uma crise na habitação em Portugal.

Para o BdP, o mercado de trabalho é um dos fatores: "o incumprimento está muito ligado a taxas de desemprego elevadas, e isso não tem acontecido (...) E se por um lado houve diminuições do rendimento disponível por causa da inflação", por outro, existiram "subidas salariais", conforme explica Filipe Garcia, presidente da IMF - Informação de Mercados Financeiros

Os apoios públicos ao crédito habitação concedidos pelo Governo, no âmbito da crise na habitação, também explicam os cumprimentos nos pagamentos das prestações, sendo que, nos últimos dois anos, foram atribuídos vários apoios como a bonificação dos juros, a fixação da prestação durante dois anos e a suspensão da comissão por amortização antecipada, tendo tipo muita adesão por parte dos agregados. 

Por fim, o ritmo de valorização do mercado da habitação, que tem feito subir os preços das casas, também têm levado algumas famílias a vender os seus imóveis para obter mais-valias, evitando incumprimentos. 

FONTE: SUPERCASA
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