Bancos portugueses são mais rentáveis do que os europeus

Relatório de Estabilidade Financeira apresenta níveis históricos de rentabilidade da banca nacional, com faturação de 258 euros por cada 100 euros de ativos.
07 jan 2024 min de leitura
banca nacional está a registar níveis de rentabilidade históricos. Em junho do ano passado, a faturação era de 149 euros com o diferencial das taxas de juros por cada 100 euros de ativos, tendo escalado para os 258 euros no final do segundo trimestre deste ano e, em comparação com os valores da Zona Euro (137 euros com os mesmos 100 euros de ativos), a banca portuguesa fatura quase o dobro.

Segundo o Relatório de Estabilidade Financeira, apresentado pelo Banco de Portugal (BdP) na passada quarta-feira, dia 22 de novembro, “a diferença na evolução da margem financeira entre Portugal e a área do euro deveu-se, sobretudo, ao maior aumento em Portugal do diferencial entre a taxa de juro do crédito concedido e a taxa de juro dos depósitos, tanto para famílias como para sociedades não financeiras”.

Os números apontados pela entidade financeira revelam um balanço sólido dos bancos, com um aumento homólogo de 0,44 pontos percentuais do Retorno sobre Ativos (ROA) para 1,16% no final do primeiro semestre, o valor mais elevado desde 2010.

“A melhoria do ROA alicerçou-se na subida expressiva da margem financeira em percentagem do ativo de 1,49% para 2,58% (contributo de 1,01 ponto percentual), que decorreu do aumento acentuado das taxas de juro de mercado interbancário e da transmissão diferenciada às taxas de juro do crédito e dos depósitos, com estas últimas a registar um ajustamento mais gradual e parcial”, expõe a entidade liderada por Mário Centeno no documento apresentado.

Apesar de os dados serem positivos, existem ainda vários desafios que o setor pode vir a enfrentar. “O sistema bancário português continua a exibir concentração no imobiliário e em títulos de dívida que representam 50% do ativo total”, destaca o Banco de Portugal.

A exposição ao imobiliário, em junho de 2023, representava 35,4% do ativo, com os empréstimos a particulares garantidos por imóveis a continuar a ser a componente mais relevante com 26,2% do ativo. Já a carteira de títulos de dívida pública representava 15,5% do ativo dos bancos no final do primeiro semestre, sendo que 40% desta exposição é garantida por títulos de dívida da República.

As elevadas taxas de juro podem levar ao aumento no incumprimento de créditos, no entanto, o Banco de Portugal considera que “a oferta limitada de habitação nova e a inexistência de um stock acumulado de casas disponíveis mitigam o impacto sobre os preços em caso de redução da procura”, sendo que o facto de a grande maioria dos títulos de dívida não se encontrarem na carteira de negociação dos bancos, retira a pressão sobre o balanço de uma eventual desvalorização dos ativos.

Assim, o Banco de Portugal sublinha a “importância acrescida para os bancos e para os supervisores” de uma gestão e monitorização do risco das taxas de juro nos próximos meses.
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