Revisão em alta do crescimento do PIB

O Banco de Portugal (BdP) atualizou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português em 2025 para 1,9%, ligeiramente acima da estimativa anterior de 1,6%. Este aumento deve-se, em parte, ao consumo privado impulsionado pela redução do IRS.
O crescimento ainda se mantém abaixo da previsão inicial de 2,3% feita no início do ano. Para 2026 e 2027, o BdP mantém os números anteriores, com crescimento estimado de 2,2% e 1,7%, respetivamente.
Esta revisão reflete a integração dos dados mais recentes das contas nacionais, que mostram um crescimento mais robusto do PIB em 2023 e 2024. O contributo da procura interna: consumo privado, público e investimento, foi maior do que o projetado, reforçando a estimativa atual.

Contributo do consumo e investimento

O banco central destaca que a evolução positiva se deve, sobretudo, ao maior dinamismo do investimento e à recuperação do consumo privado. A procura interna mostra sinais de resiliência, permitindo sustentar o crescimento económico.
O consumo público e os investimentos em infraestruturas também contribuíram de forma relevante para a subida do PIB, refletindo a capacidade do país em manter uma trajetória de crescimento equilibrada, mesmo perante desafios externos.

Acompanhamento trimestral do PIB

As variações trimestrais do PIB mostram que o primeiro trimestre de 2025 teve uma revisão em alta, enquanto o segundo trimestre superou ligeiramente as projeções anteriores. Este comportamento trimestral reforça a confiança do BdP de que o crescimento se mantém positivo, ainda que gradual, para os próximos anos.
O consumo privado não desacelera de forma significativa, evidenciando uma procura interna relativamente sólida.

Abrandamento do emprego

O BdP prevê que o crescimento do emprego, após registar 1,8% em 2025, desacelere nos anos seguintes. Estima-se um aumento de apenas 0,9% em 2026 e de 0,5% em 2027, refletindo uma estabilização gradual do mercado de trabalho.
Apesar do abrandamento, a taxa de desemprego deverá permanecer baixa, passando de 6,4% em 2024 para 6,2% em 2025 e mantendo-se nos 6,3% em 2026 e 2027. Este cenário sugere que o emprego continuará a crescer, embora de forma mais contida, permitindo alguma estabilidade no mercado laboral.

Dinâmica populacional e mão-de-obra estrangeira

O crescimento populacional do país continuará a ser impulsionado pela entrada de trabalhadores estrangeiros, ainda que com fluxos menores do que os observados em 2023. A população em idade ativa deverá manter-se em níveis elevados, contribuindo para a estabilidade do emprego.
Este fenómeno, aliado à evolução do mercado interno, ajuda a mitigar os efeitos da inflação nos preços de consumo, mantendo algum equilíbrio na capacidade de compra das famílias.

Perspetivas para os próximos anos

Entre 2025 e 2027, o BdP antecipa uma economia em crescimento, mas com sinais de desaceleração gradual do emprego e estabilização do desemprego.
O crescimento sustentado do PIB, impulsionado pela procura interna, investimento e entrada de mão-de-obra, permite uma perspetiva positiva, mas equilibrada, sobre a evolução económica do país.

FONTE: SUPERCASA